quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O império da vaidade

          Você sabe por que a televisão, os jornais, as revistas ou até mesmo a internet são responsáveis pela busca de uma imagem padronizada de beleza?
          A mídia em geral defende os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as academias de ginástica entre outros, porque tudo isso dá dinheiro. A população não se dá conta do poder dela, assim, como ela pode influenciar em como as pessoas devem ser fisicamente, contudo, não se fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, pois isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes.
          Hoje o que importa é o prazer físico, o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto de competição. Relaxar, descansar, despreocupar se tornou um problema.
          Os melhores prazeres da vida são de graça: a conversa com o amigo, tomar um milk-shake, ver o por do sol, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada, comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha é uma grande pedida. Ter momentos de prazer é compensar muitos momentos de desprazer.
          O prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil, estamos sendo submetidos  a uma cultura atroz que quer fazer-nos infelizes, ansiosos e neuróticos.
          Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrario um massacre que a mídia vem causando. Querem que sintamos culpa, eles precisam da nossa impotência, nossa insegurança e da nossa angústia.O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.

          Adriana Cazaroto Martines

A mídia e a publicidade

           Questão polêmica:

          A mídia e a publicidade são responsáveis pela busca de uma imagem padronizada de beleza?
          A mídia em geral – a televisão, os jornais, as revistas ou a internet – possui enorme penetração em todas as classes sociais. Há quem afirme que a mídia e publicidade acabam divulgando modelos de como as pessoas devem se vestir ou como devem ser fisicamente para serem consideradas “bonitas”, ou seja, divulgam um padrão estético de beleza.


ARGUMENTOS DO SIM

          AUTORIDADE
          Atendi muitas pessoas que ficaram doentes ao tentar ficar parecidas com uma modelo; penso que a ênfase no culto ao corpo existente na publicidade tem boa parcela de responsabilidade nisso.
         Fonte: Helena Rodrigues, psicóloga, especialista em problemas decorrentes do culto ao corpo


          EVIDÊNCIA
          Em 2003, mais de 500.000 cirurgias plásticas foram realizadas no Brasil. Mais da metade foi feita com fins estéticos, na busca de atingir o padrão de beleza idealizado e divulgado nas novelas e propagandas.
          Fonte: Evanildo Pinheiros, cirúrgião plástico.

    
          COMPARAÇÃO
          As pessoas não se dão conta do poder da mídia. Assim como ela pode influenciar a população para votar em determinado candidato, pode também ditar como as pessoas devem ser fisicamente.
          Fonte: Elisângela Cardoso, dermatologista.


          EXEMPLIFICAÇÃO
          Nos anos 1970, a série de televisão Os amigos da moda lançaram as famosas calças “bocas de sino”. Depois de uma semana, as calças bocas de sino estavam esgotadas em todas as lojas do país.
          Fonte: Mariana Leme, consultora de moda.


          PRINCÍPIO
          A mídia passa a ideia  de que a pessoa que não tem um corpo bonito e bem tratado é descuidada e relaxada.
          Fonte: Anita Portugal, atriz.


          CAUSA E CONSEQUÊNCIA
          Se as pessoas não atenderem aos padrões estéticos divulgados pela mídia, terão mais dificuldade em arrumar um trabalho ou ser aceitas socialmente.
          Fonte: Jorge Luís, estudante de direito.
 

ARGUMENTOS DO NÃO

          AUTORIDADE
          Sou de opinião que as pessoas que se deixam guiar por um padrão de beleza divulgado pela mídia não confiam em si mesmas; por isso a responsabilidade é delas e não da mídia.
          Fonte: Felipe Ribeiro, especialista em psicologia comportamental, no programa telivisivo Mídia. 


          EVIDÊNCIA
          Dados comprovaram que os índices de obesidade da população estão aumentando. Se a pressão da mídia para que as pessoas tenham um corpo magro fosse tão forte quanto dizem, isso não estaria acontecendo.
          Fonte: Ângela Afonsino, clínica-geral, em artigo para revista médica. 


          COMPARAÇÃO
          Da mesma forma que não é possível convencer toda a população a parar de fumar, a jogar lixo na rua ou gastar menos água, a mídia também não tem poder de determinar como uma pessoa deve ser ou se apresentar.
          Fonte: Mário Ferraz Marcolino, jornalista.


          EXEMPLIFICAÇÃO
          A publicidade também usa modelos que mostram diferentes tipos de consumidor. Veja o caso da Joana Pimenta, que usa manequim 44 e mesmo assim está na nova propaganda da calça ZYL. Ela está muito acima do manequim 36, padrão nos comerciais.
          Fonte: Isabel Carleto, modelo brasileira.


          PRINCÍPIO
          São poucas as pessoas que se guiam pelos padrões de beleza veiculados pela mídia, pois quem tem opinião pessoal forte e um pouco de bom senso não precisa disso.
          Fonte: Gislaine de Brito, modelo brasileira.


          CAUSA E CONSEQUÊNCIA
          Se as pessoas não possuem força de vontade e disposição para mudar seu estilo de vida, não vai ser a mídia ou a publicidade que vai fazer isso por elas.
          Fonte: Guilherme da Silva, estudante de moda.  

         Fonte: Olimpíada de Língua Portuguesa, Jogo Q.P. Brasil, Manual do Professor

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Artigo de Opinião: Maioridade Penal

Maioridade penal, reduzir ou não?


         A Constituição Brasileira, o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente dizem que a maioridade penal em nosso país é de 18 anos. Cidadãos com idade inferior a essa não podem ser julgados e receber punições iguais à de um adulto. Porém, há diversas propostas para que haja  redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos.
         Se lembrarmos de alguns crimes hediondos cometidos por menores, como o caso do garoto João Hélio, que foi arrastado pelo carro por sete quilômetros, em fevereiro de 2007 e da jovem Liana, morta em Embu-Guaçu – SP, com  quinze facadas após sofrer estupro, certamente seremos a favor, não só da redução da maioridade penal, mas de sua total eliminação. Afinal, em países como Estados Unidos e Inglaterra, não existe idade mínima para a aplicação de penas e na Índia, a idade limite é de sete anos.
         De acordo com o juiz Bismarque Leite, entre os principais motivos do aumento da violência está a ausência do Estado e o desajuste familiar -  “Há muitos casos de pais que não estão presentes na educação dos filhos. Os menores se desligam da escola e são aliciados por adultos para participar de delitos, o que para nós são atos infracionais”.
         Logo, é necessária uma reforma na educação, na sociedade e na legislação. É dever do Estado oferecer ensino de qualidade e infraestrutura para que a família possa criar e educar seus filhos com base nos valores morais e éticos, de acordo com seus princípios. Além disso, é preciso rever as leis que protegem amplamente os menores de idade e deixam a sociedade desprotegida.
         Finalmente, punir de acordo com o crime cometido é preciso, para que o infrator não volte a praticar outros delitos e os jovens da mesma faixa etária sintam que o castigo é severo e que o crime não compensa.

Ângela Maria Cereli Romazzini, Professora de Língua Portuguesa                                                                        

Maioridade Penal

Questão Polêmica:
A maioridade penal deve ser reduzida de 18 para 16 anos de idade como forma de combater a delinquência juvenil?

Informação
Está previsto em lei um conjunto de normas que determina punições àqueles crimes. As punições para jovens de 12 a 18 anos são aplicadas de acordo com a infração e podem variar desde advertências até internação em estabelecimentos correcionais.  Já os menores de 12 anos não podem ser julgados nem punidos pelo Estado. Segundo a lei vigente, crianças e adolescentes menores de idade, embora tenham direitos e deveres, só serão considerados adultos e responsáveis pelos seus atos aos 18 anos.

                                                      Argumentos  -     SIM
 Autoridade
Nos últimos anos, vejo que tem aumentado o número de crimes graves cometidos por jovens menores de 18 anos. Algo precisa ser feito rapidamente.
Fonte: Eliana Justino, renomada jurista, em matéria da TV 1 sobre violência.

Evidência 
A média da idade da população carcerária brasileira vem caindo nas últimas décadas e hoje está em 23 anos. De 1996 a 2006, aumentou de 4.245 para 15.426 o número de jovens em unidade de internação.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

Comparação 
Em países da América do Norte, a maioridade penal varia entre 6 e 14 anos; em alguns países da Europa é fixada em 16 anos. Em outros varia entre 10 e 21 anos. Há casos de países em que é o juiz quem decide se o infrator responderá como adulto ou não.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

                                                                     Exemplificação
O número de jovens de 16 anos que já estão envolvidos em crimes graves desde a infância não para de crescer. Além disso, muitos dos que saem das unidades de internação para menores voltam ao crime.
Marcela Gomes, editora da Revista Jovem Legal

                                                                      Princípio
Jovens de 16 anos já podem gerar filhos e votar. Se considerarmos que eles agem e pensam como adultos, devemos também  julgá-los como adultos.
Fonte: Juliana de Biasi, estudante de direito

 Causa e consequência
Como não há punição severa para os menores que cometem crimes graves e hediondos, cria-se uma “cultura da impunidade” que, sem dúvida, resulta no aumento da criminalidade juvenil.
Fonte: Andréa de Matos, advogada



 Argumentos -  NÃO

Autoridade
Acredito que prender um adolescente menor de 18 anos combate o efeito e não a causa real do problema. A exclusão social e a falta de perspectivas de futuro empurram os jovens para práticas ilegais.
Fonte:Juliano de Almeida, renomado jurista, em matéria da TV 1 sobre violência.

                                                                       Evidência
O índice de criminalidade no Brasil está abaixo do apurado em pesquisa feita em 57 países. Em média, os delitos cometidos por jovens representam 11,6% dos crimes. No Brasil, o índice de criminalidade juvenil está em 10%.
Fonte: Jornal Fatos do Brasil
 Comparação
Assim como a sociedade isenta de responsabilidade os indivíduos incapacitados de perceber o alcance de seus atos, não faz sentido punir judicialmente crianças e adolescentes que se envolvem em crimes.
Fonte: Marlene Nogueira, psicanalista que trabalha com jovens infratores.

 Exemplificação
Dos 57 países analisados, somente 17% adotam idades abaixo de 18 anos como maioridade penal. Entre eles, poucos são aqueles que garantem boas condições de desenvolvimento às crianças e aos jovens. Os demais são países pobres em que geralmente a infância não costuma ser bem assistida.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

Princípio
Ao cometer algum delito, adolescentes e jovens precisam de orientação e acompanhamento, pois estão em um momento de formação e por isso não devem ser considerados criminosos.
Fonte: Clarice Hamburg, estudante de psicologia

Causa e consequência
A redução da maioridade penal pode agravar a crise do sistema penitenciário brasileiro, aumentando a lotação dos presídios e, consequentemente, diminuindo as chances de recuperação dos jovens, influenciados pela cultura prisional dos adultos internados.
Fonte: Eliseu Guimarães, advogado que trabalha em instituição ligada ao tema dos direitos humanos.


Fonte: Olimpíada de Língua Portuguesa, Jogo Q.P. Brasil, Manual do Professor


domingo, 30 de outubro de 2011

Pleonasmo



Redação vencedora do Prêmio UNESCO

"É disso que o Brasil precisa: mudanças
estruturais, revolucionárias, que quebrem esse
sistema-esquema social montado..."

Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.

FONTE: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001576/157625m.pdf

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Só há notícia se for muito ruim
Carlos Brickmann

          Elio Gaspari costuma dizer que, nas redações, a notícia chega devagarzinho, abre a porta de leve, põe a cabeça para dentro e entra correndo para esconder-se. Se alguém a notar, será imediatamente chutada para fora.
          E, se a notícia for boa, suas chances de sobrevivência são ainda menores. Notícia que o pessoal gosta é corrupção, é escândalo, é miséria, é tudo aquilo que deu errado. Nas ocasiões em que o Brasil dá certo, aí não é notícia (e não vale nem a regra de que boa notícia é o inusitado). Lugar de notícia boa é a cesta do lixo.
          Jundiaí, no interior de São Paulo, atingiu 100% no fornecimento de água tratada e chegou muito perto disso no tratamento de esgotos (só não atingiu 100% por um problema judicial). Notícias? Só nos jornais da região, e olhe lá. A capital de São Paulo, onde o programa de água e esgotos caminha bem mas ainda está longe da universalização, ignorou o tema. O Brasil, onde água tratada e esgoto são coisas de gente rica, preferiu investigar se tem ministro comendo tapioca com cartão corporativo (tema que até vale investigação, mas não pode substituir outros assuntos de importância, que se referem à vida e à morte dos cidadãos).
          São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é um exemplo ainda mais claro de que as boas notícias são desprezadas pelos meios de comunicação. De acordo com os números da respeitadíssima Fundação Seade, o índice de mortalidade infantil de São Caetano é o menor do país; equipara-se aos da Bélgica e do Japão, quatro mortes por mil nascimentos. É índice que ocorre no Primeiro Mundo.
          A derrubada dos índices de mortalidade infantil não ocorre, em lugar nenhum, apenas pela boa atenção à saúde: exige tempo, trabalho coordenado, que envolve planejamento, engenharia (tratamento de esgotos e água), meio ambiente (plantio de árvores, limpeza de rios e córregos), coleta de lixo, de preferência seletiva, assistência social (há em São Caetano um programa tipo bolsa-família, mais completo que o federal, mantido com recursos municipais), aleitamento materno, cuidados com as gestantes, educação em sentido amplo, higiene, empregos. E envolve, o que é raro, continuidade administrativa: não é porque um prefeito é adversário do antecessor que deve abandonar seus planos. O atual prefeito, José Auricchio, reeleito com 70% dos votos, tem na oposição boa parte do grupo político de seu antecessor. E daí? Neste processo todo, a cidade de 150 mil habitantes atingiu o maior índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E, fora da região do Grande ABC, o fato foi olimpicamente ignorado pelos meios de comunicação.
          Dizem que Ribeirão Preto vai muito bem na área social (mas como encontrar dados, se não há reportagens?). E, o que aparece às vezes na TV (mas rarissimamente na imprensa escrita), a cidade se transformou em área de tecnologia de ponta no uso do raio laser em auxílio a transplantes. Há belas experiências de sustentabilidade ambiental no Rio Grande do Sul, há o hospital de referência no tratamento de câncer de Barretos, há as experiências em Campinas da Unicamp em energia alternativa e cirurgia para diabetes, há excelentes pesquisas em Campina Grande, na Paraíba, há um belo trabalho da Embrapa e da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, há a agricultura irrigada de ótima qualidade no semiarido nordestino. E quem sabe, por ter sido informado pelos meios de comunicação, que as hélices dos geradores de vento da Europa são, em grande parte, fabricadas no Brasil?
           Vale matéria? De vez em quando, a TV mostra, em horários alternativos, em programas especializados, alguns aspectos dessas experiências positivas. De muita coisa este colunista tomou conhecimento ao integrar o júri do último Prêmio Esso de Jornalismo, com belíssimas matérias nos jornais da região sobre os bons fatos que também ocorrem.
           Vale matéria? Deveria valer. Mas, além da volúpia por más notícias, há um problema extra, que assusta pauteiros e repórteres: o medo da patrulha. Fazer matéria a favor pode dar a impressão de que há alguma coisa esquisita além da reportagem. Mas é preciso vencer também este preconceito - ou ficaremos restritos ao noticiário policial fingindo que é cobertura política.

           Observatório da Imprensa. Coluna Boas Novas, 18/8/2009. Disponível em<www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=5551CIR001>.
          Texto retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa - caderno Pontos de Vista - 2010.