quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O império da vaidade

          Você sabe por que a televisão, os jornais, as revistas ou até mesmo a internet são responsáveis pela busca de uma imagem padronizada de beleza?
          A mídia em geral defende os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as academias de ginástica entre outros, porque tudo isso dá dinheiro. A população não se dá conta do poder dela, assim, como ela pode influenciar em como as pessoas devem ser fisicamente, contudo, não se fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, pois isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes.
          Hoje o que importa é o prazer físico, o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto de competição. Relaxar, descansar, despreocupar se tornou um problema.
          Os melhores prazeres da vida são de graça: a conversa com o amigo, tomar um milk-shake, ver o por do sol, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada, comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha é uma grande pedida. Ter momentos de prazer é compensar muitos momentos de desprazer.
          O prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil, estamos sendo submetidos  a uma cultura atroz que quer fazer-nos infelizes, ansiosos e neuróticos.
          Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrario um massacre que a mídia vem causando. Querem que sintamos culpa, eles precisam da nossa impotência, nossa insegurança e da nossa angústia.O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.

          Adriana Cazaroto Martines

A mídia e a publicidade

           Questão polêmica:

          A mídia e a publicidade são responsáveis pela busca de uma imagem padronizada de beleza?
          A mídia em geral – a televisão, os jornais, as revistas ou a internet – possui enorme penetração em todas as classes sociais. Há quem afirme que a mídia e publicidade acabam divulgando modelos de como as pessoas devem se vestir ou como devem ser fisicamente para serem consideradas “bonitas”, ou seja, divulgam um padrão estético de beleza.


ARGUMENTOS DO SIM

          AUTORIDADE
          Atendi muitas pessoas que ficaram doentes ao tentar ficar parecidas com uma modelo; penso que a ênfase no culto ao corpo existente na publicidade tem boa parcela de responsabilidade nisso.
         Fonte: Helena Rodrigues, psicóloga, especialista em problemas decorrentes do culto ao corpo


          EVIDÊNCIA
          Em 2003, mais de 500.000 cirurgias plásticas foram realizadas no Brasil. Mais da metade foi feita com fins estéticos, na busca de atingir o padrão de beleza idealizado e divulgado nas novelas e propagandas.
          Fonte: Evanildo Pinheiros, cirúrgião plástico.

    
          COMPARAÇÃO
          As pessoas não se dão conta do poder da mídia. Assim como ela pode influenciar a população para votar em determinado candidato, pode também ditar como as pessoas devem ser fisicamente.
          Fonte: Elisângela Cardoso, dermatologista.


          EXEMPLIFICAÇÃO
          Nos anos 1970, a série de televisão Os amigos da moda lançaram as famosas calças “bocas de sino”. Depois de uma semana, as calças bocas de sino estavam esgotadas em todas as lojas do país.
          Fonte: Mariana Leme, consultora de moda.


          PRINCÍPIO
          A mídia passa a ideia  de que a pessoa que não tem um corpo bonito e bem tratado é descuidada e relaxada.
          Fonte: Anita Portugal, atriz.


          CAUSA E CONSEQUÊNCIA
          Se as pessoas não atenderem aos padrões estéticos divulgados pela mídia, terão mais dificuldade em arrumar um trabalho ou ser aceitas socialmente.
          Fonte: Jorge Luís, estudante de direito.
 

ARGUMENTOS DO NÃO

          AUTORIDADE
          Sou de opinião que as pessoas que se deixam guiar por um padrão de beleza divulgado pela mídia não confiam em si mesmas; por isso a responsabilidade é delas e não da mídia.
          Fonte: Felipe Ribeiro, especialista em psicologia comportamental, no programa telivisivo Mídia. 


          EVIDÊNCIA
          Dados comprovaram que os índices de obesidade da população estão aumentando. Se a pressão da mídia para que as pessoas tenham um corpo magro fosse tão forte quanto dizem, isso não estaria acontecendo.
          Fonte: Ângela Afonsino, clínica-geral, em artigo para revista médica. 


          COMPARAÇÃO
          Da mesma forma que não é possível convencer toda a população a parar de fumar, a jogar lixo na rua ou gastar menos água, a mídia também não tem poder de determinar como uma pessoa deve ser ou se apresentar.
          Fonte: Mário Ferraz Marcolino, jornalista.


          EXEMPLIFICAÇÃO
          A publicidade também usa modelos que mostram diferentes tipos de consumidor. Veja o caso da Joana Pimenta, que usa manequim 44 e mesmo assim está na nova propaganda da calça ZYL. Ela está muito acima do manequim 36, padrão nos comerciais.
          Fonte: Isabel Carleto, modelo brasileira.


          PRINCÍPIO
          São poucas as pessoas que se guiam pelos padrões de beleza veiculados pela mídia, pois quem tem opinião pessoal forte e um pouco de bom senso não precisa disso.
          Fonte: Gislaine de Brito, modelo brasileira.


          CAUSA E CONSEQUÊNCIA
          Se as pessoas não possuem força de vontade e disposição para mudar seu estilo de vida, não vai ser a mídia ou a publicidade que vai fazer isso por elas.
          Fonte: Guilherme da Silva, estudante de moda.  

         Fonte: Olimpíada de Língua Portuguesa, Jogo Q.P. Brasil, Manual do Professor

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Artigo de Opinião: Maioridade Penal

Maioridade penal, reduzir ou não?


         A Constituição Brasileira, o Código Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente dizem que a maioridade penal em nosso país é de 18 anos. Cidadãos com idade inferior a essa não podem ser julgados e receber punições iguais à de um adulto. Porém, há diversas propostas para que haja  redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos.
         Se lembrarmos de alguns crimes hediondos cometidos por menores, como o caso do garoto João Hélio, que foi arrastado pelo carro por sete quilômetros, em fevereiro de 2007 e da jovem Liana, morta em Embu-Guaçu – SP, com  quinze facadas após sofrer estupro, certamente seremos a favor, não só da redução da maioridade penal, mas de sua total eliminação. Afinal, em países como Estados Unidos e Inglaterra, não existe idade mínima para a aplicação de penas e na Índia, a idade limite é de sete anos.
         De acordo com o juiz Bismarque Leite, entre os principais motivos do aumento da violência está a ausência do Estado e o desajuste familiar -  “Há muitos casos de pais que não estão presentes na educação dos filhos. Os menores se desligam da escola e são aliciados por adultos para participar de delitos, o que para nós são atos infracionais”.
         Logo, é necessária uma reforma na educação, na sociedade e na legislação. É dever do Estado oferecer ensino de qualidade e infraestrutura para que a família possa criar e educar seus filhos com base nos valores morais e éticos, de acordo com seus princípios. Além disso, é preciso rever as leis que protegem amplamente os menores de idade e deixam a sociedade desprotegida.
         Finalmente, punir de acordo com o crime cometido é preciso, para que o infrator não volte a praticar outros delitos e os jovens da mesma faixa etária sintam que o castigo é severo e que o crime não compensa.

Ângela Maria Cereli Romazzini, Professora de Língua Portuguesa                                                                        

Maioridade Penal

Questão Polêmica:
A maioridade penal deve ser reduzida de 18 para 16 anos de idade como forma de combater a delinquência juvenil?

Informação
Está previsto em lei um conjunto de normas que determina punições àqueles crimes. As punições para jovens de 12 a 18 anos são aplicadas de acordo com a infração e podem variar desde advertências até internação em estabelecimentos correcionais.  Já os menores de 12 anos não podem ser julgados nem punidos pelo Estado. Segundo a lei vigente, crianças e adolescentes menores de idade, embora tenham direitos e deveres, só serão considerados adultos e responsáveis pelos seus atos aos 18 anos.

                                                      Argumentos  -     SIM
 Autoridade
Nos últimos anos, vejo que tem aumentado o número de crimes graves cometidos por jovens menores de 18 anos. Algo precisa ser feito rapidamente.
Fonte: Eliana Justino, renomada jurista, em matéria da TV 1 sobre violência.

Evidência 
A média da idade da população carcerária brasileira vem caindo nas últimas décadas e hoje está em 23 anos. De 1996 a 2006, aumentou de 4.245 para 15.426 o número de jovens em unidade de internação.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

Comparação 
Em países da América do Norte, a maioridade penal varia entre 6 e 14 anos; em alguns países da Europa é fixada em 16 anos. Em outros varia entre 10 e 21 anos. Há casos de países em que é o juiz quem decide se o infrator responderá como adulto ou não.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

                                                                     Exemplificação
O número de jovens de 16 anos que já estão envolvidos em crimes graves desde a infância não para de crescer. Além disso, muitos dos que saem das unidades de internação para menores voltam ao crime.
Marcela Gomes, editora da Revista Jovem Legal

                                                                      Princípio
Jovens de 16 anos já podem gerar filhos e votar. Se considerarmos que eles agem e pensam como adultos, devemos também  julgá-los como adultos.
Fonte: Juliana de Biasi, estudante de direito

 Causa e consequência
Como não há punição severa para os menores que cometem crimes graves e hediondos, cria-se uma “cultura da impunidade” que, sem dúvida, resulta no aumento da criminalidade juvenil.
Fonte: Andréa de Matos, advogada



 Argumentos -  NÃO

Autoridade
Acredito que prender um adolescente menor de 18 anos combate o efeito e não a causa real do problema. A exclusão social e a falta de perspectivas de futuro empurram os jovens para práticas ilegais.
Fonte:Juliano de Almeida, renomado jurista, em matéria da TV 1 sobre violência.

                                                                       Evidência
O índice de criminalidade no Brasil está abaixo do apurado em pesquisa feita em 57 países. Em média, os delitos cometidos por jovens representam 11,6% dos crimes. No Brasil, o índice de criminalidade juvenil está em 10%.
Fonte: Jornal Fatos do Brasil
 Comparação
Assim como a sociedade isenta de responsabilidade os indivíduos incapacitados de perceber o alcance de seus atos, não faz sentido punir judicialmente crianças e adolescentes que se envolvem em crimes.
Fonte: Marlene Nogueira, psicanalista que trabalha com jovens infratores.

 Exemplificação
Dos 57 países analisados, somente 17% adotam idades abaixo de 18 anos como maioridade penal. Entre eles, poucos são aqueles que garantem boas condições de desenvolvimento às crianças e aos jovens. Os demais são países pobres em que geralmente a infância não costuma ser bem assistida.
Fonte: Jornal O Brasil e o Mundo

Princípio
Ao cometer algum delito, adolescentes e jovens precisam de orientação e acompanhamento, pois estão em um momento de formação e por isso não devem ser considerados criminosos.
Fonte: Clarice Hamburg, estudante de psicologia

Causa e consequência
A redução da maioridade penal pode agravar a crise do sistema penitenciário brasileiro, aumentando a lotação dos presídios e, consequentemente, diminuindo as chances de recuperação dos jovens, influenciados pela cultura prisional dos adultos internados.
Fonte: Eliseu Guimarães, advogado que trabalha em instituição ligada ao tema dos direitos humanos.


Fonte: Olimpíada de Língua Portuguesa, Jogo Q.P. Brasil, Manual do Professor


domingo, 30 de outubro de 2011

Pleonasmo



Redação vencedora do Prêmio UNESCO

"É disso que o Brasil precisa: mudanças
estruturais, revolucionárias, que quebrem esse
sistema-esquema social montado..."

Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.

FONTE: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001576/157625m.pdf

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Só há notícia se for muito ruim
Carlos Brickmann

          Elio Gaspari costuma dizer que, nas redações, a notícia chega devagarzinho, abre a porta de leve, põe a cabeça para dentro e entra correndo para esconder-se. Se alguém a notar, será imediatamente chutada para fora.
          E, se a notícia for boa, suas chances de sobrevivência são ainda menores. Notícia que o pessoal gosta é corrupção, é escândalo, é miséria, é tudo aquilo que deu errado. Nas ocasiões em que o Brasil dá certo, aí não é notícia (e não vale nem a regra de que boa notícia é o inusitado). Lugar de notícia boa é a cesta do lixo.
          Jundiaí, no interior de São Paulo, atingiu 100% no fornecimento de água tratada e chegou muito perto disso no tratamento de esgotos (só não atingiu 100% por um problema judicial). Notícias? Só nos jornais da região, e olhe lá. A capital de São Paulo, onde o programa de água e esgotos caminha bem mas ainda está longe da universalização, ignorou o tema. O Brasil, onde água tratada e esgoto são coisas de gente rica, preferiu investigar se tem ministro comendo tapioca com cartão corporativo (tema que até vale investigação, mas não pode substituir outros assuntos de importância, que se referem à vida e à morte dos cidadãos).
          São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é um exemplo ainda mais claro de que as boas notícias são desprezadas pelos meios de comunicação. De acordo com os números da respeitadíssima Fundação Seade, o índice de mortalidade infantil de São Caetano é o menor do país; equipara-se aos da Bélgica e do Japão, quatro mortes por mil nascimentos. É índice que ocorre no Primeiro Mundo.
          A derrubada dos índices de mortalidade infantil não ocorre, em lugar nenhum, apenas pela boa atenção à saúde: exige tempo, trabalho coordenado, que envolve planejamento, engenharia (tratamento de esgotos e água), meio ambiente (plantio de árvores, limpeza de rios e córregos), coleta de lixo, de preferência seletiva, assistência social (há em São Caetano um programa tipo bolsa-família, mais completo que o federal, mantido com recursos municipais), aleitamento materno, cuidados com as gestantes, educação em sentido amplo, higiene, empregos. E envolve, o que é raro, continuidade administrativa: não é porque um prefeito é adversário do antecessor que deve abandonar seus planos. O atual prefeito, José Auricchio, reeleito com 70% dos votos, tem na oposição boa parte do grupo político de seu antecessor. E daí? Neste processo todo, a cidade de 150 mil habitantes atingiu o maior índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E, fora da região do Grande ABC, o fato foi olimpicamente ignorado pelos meios de comunicação.
          Dizem que Ribeirão Preto vai muito bem na área social (mas como encontrar dados, se não há reportagens?). E, o que aparece às vezes na TV (mas rarissimamente na imprensa escrita), a cidade se transformou em área de tecnologia de ponta no uso do raio laser em auxílio a transplantes. Há belas experiências de sustentabilidade ambiental no Rio Grande do Sul, há o hospital de referência no tratamento de câncer de Barretos, há as experiências em Campinas da Unicamp em energia alternativa e cirurgia para diabetes, há excelentes pesquisas em Campina Grande, na Paraíba, há um belo trabalho da Embrapa e da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, há a agricultura irrigada de ótima qualidade no semiarido nordestino. E quem sabe, por ter sido informado pelos meios de comunicação, que as hélices dos geradores de vento da Europa são, em grande parte, fabricadas no Brasil?
           Vale matéria? De vez em quando, a TV mostra, em horários alternativos, em programas especializados, alguns aspectos dessas experiências positivas. De muita coisa este colunista tomou conhecimento ao integrar o júri do último Prêmio Esso de Jornalismo, com belíssimas matérias nos jornais da região sobre os bons fatos que também ocorrem.
           Vale matéria? Deveria valer. Mas, além da volúpia por más notícias, há um problema extra, que assusta pauteiros e repórteres: o medo da patrulha. Fazer matéria a favor pode dar a impressão de que há alguma coisa esquisita além da reportagem. Mas é preciso vencer também este preconceito - ou ficaremos restritos ao noticiário policial fingindo que é cobertura política.

           Observatório da Imprensa. Coluna Boas Novas, 18/8/2009. Disponível em<www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=5551CIR001>.
          Texto retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa - caderno Pontos de Vista - 2010.
O que é essencial para todos?
Gustavo Barreto

          "O homem é essencialmente um ser de cultura", argumenta o professor Denys Cuche, da Universidade Paris V. A cultura é um campo do conhecimento humano que nos permite pensar a diferença, o outro e dar um fim às explicações naturalizantes dos comportamentos humanos. As questões étnica, nacional e de gênero, por exemplo, não podem em hipótese alguma ser observadas em seu "estado bruto". É o caso da relação homem-mulher, cujas implicações culturais são mais importantes do que as explicações biológicas.
          E por que se faz importante fazer esta breve introdução, na questão da ideia do Vale-Cultura, lançada pelo Governo Federal e atualmente em discussão com os atores sociais da área? Porque urge que nossa legislação passe por uma transformação, dado que a principal lei do setor está defasada (é de 1991) e é insuficiente para os desafios atualmente expostos.
          O conceito de "cultura" é tão reivindicado quanto controverso. Ouvimos esta palavra diariamente, para os mais diversos usos: cultura política, cultura religiosa, cultura empresarial. Também serve para complexificar e ampliar um debate sobre um tema difícil ("isso é cultural"), para finalizá-lo ("não tem jeito, isso é cultural") ou gerar preconceito contra um grupo social ("o povo não tem cultura"). São múltiplos os usos.
          Está claro que incentivar as manifestações culturais de um povo é condição indispensável para seu desenvolvimento. É certo que este instrumento deve atingir um de seus principais objetivos: a desconcentração regional e a democratização do acesso a produtos culturais. A simples injeção de R$ 600 milhões por mês no mercado cultural, podendo atingir até 12 milhões de brasileiros, já é um grande benefício.
          O curioso na iniciativa do Governo, que já tramitava no Congresso desde 2006, é a questão tardiamente (e fatalmente) gerada para reflexão: o que é essencial para todos? Se o trabalhador possui o Vale-Transporte e o Vale-Alimentação, por que não o Vale-Cultura? Este debate - e o debate é justamente este - gera reações ainda mais curiosas.
          A mais risível é a que ataca a proposta como "dirigista", afirmando que o tempo do dirigismo cultural já acabou em todo o mundo. Uma simplificação melancólica e uma inverdade: governos de países que alcançaram bons índices de desenvolvimento humano investem muito mais na cultura do que o Brasil. Os ataques têm nome: são os mesmos que falam em "alta cultura" e compõem as velhas oligarquias deste setor, pois concentraram por muito tempo a exclusividade dos "negócios" da cultura. Alguns chegam a duvidar da "qualidade estética" dos produtos culturais a serem consumidos.
          Estão claros os inimigos deste discurso conservador: o trabalhador, que passa a ser progressivamente um crítico de cultura, e as manifestações da cultura popular - ora atacada, por exemplo, por meio da restrição à cultura do funk carioca.
          A aprovação do Vale-Cultura será um passo importante, dentro de uma longa caminhada, para a inserção de milhões de brasileiros no universo privilegiado da cultura local, regional e nacional.

          Jornal do Brasil, 18/7/2009; site jornalístico Fazendo Média (www.fazendomedia.com/?p=268), 26/7/2009.
         Gustavo Barreto é produtor cultural no Rio de Janeiro e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura na UFRJ.

         (Texto retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa - Caderno Pontos de Vista, 2010). 
Só mais um vale?

          Em artigo recente publicado no site Fazendo Média, Gustavo Barreto defende o Vale-Cultura. Entretanto esta medida não atingirá toda a população citada na proposta de Emenda  Constitucional, uma vez que municípios que não possuem um espaço cultural (teatro, cinema entre outros).
          É certo que a ideia é boa, levar cultura a toda população é essencial aos jovens e consequentemente à sua família, porém em forma de “vale” como seria administrado? E aquele que não tem “interesse” em enriquecer seus conhecimentos culturais não o usariam de outra forma, como uso no mercado, lanchonete e outros fins?
          Sabemos que a maioria da população com baixa renda tem necessidades maiores como, alimentação e saúde e é certo que dará preferência a essas necessidades para usar o dinheiro recebido com o Vale-Cultura.
          Esse benefício, como outros que já foram criados servirá apenas para complementar os rendimentos de uma parcela da população que não tem sequer o mínimo necessário para viver bem. O governo brasileiro deveria trabalhar no sentido de ajudar essas pessoas a melhorar a sua renda, uma vez que assim elas não precisarão desses vales.

                                                                                Ângela e Adriana 
Parágrafo produzido a partir da questão polêmica: A política de cotas é uma boa resposta às desigualdades sociais relacionadas às maiorias das étnicas?

         No Brasil, dados do Ipea revelam que há 22 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, desse total, 70% são negros. Apesar desses números, o jurista AIves Gandra afirma que o sistema de cotas é inconstitucional, porque fere o princípio fundamental de igualdade entre os cidadãos, independentemente da classe social. Trata-se de discriminação contra o branco que pode perder o direito à vaga em uma Universidade, mesmo tendo melhor pontuação.

                                                                                Ângela e Adriana

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Solução justa?

Solução justa?

         A vida é o bem mais precioso do universo e, segundo a Constituição Federal de 1988,  “não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada”.
         Mas o que acontece na realidade? Analisando o número de injustiças cometidas todos os dias, podemos concluir que a pena de morte já existe. Basta observar o elevado índice de homicídios, execuções e desrespeito à vida.
         Defensores da pena de morte perguntam-se por que ter piedade de facínoras, criminosos, irrecuperáveis, matadores inveterados que torturam a sangue frio, sequestram e violentam  mulheres, crianças, jovens, pais de família, idosos ou pessoas que têm como objetivo apenas   ser um cidadão de bem e usufruir de seu direito de ir e vir?
         Por outro lado, a bíblia  diz “não matarás”, logo, ordenar a morte de um ser humano é um ato assassino, é negar-lhe o direito de viver, de regenerar-se. Deixar essa criatura viver é dar-lhe a chance de arrepender-se e pedir perdão e, se possível, reparar o erro cometido. A morte do delinqüente não traz alívio nem o conforto da dor de familiares e pessoas próximas à vítima do assassino ou do próprio criminoso. Pelo contrário, gera mais dor para todos os envolvidos na situação, além de perdurar o sentimento de dor por um ente querido morto, ou pelo trauma gerado no caso da vítima que sofreu e sobreviveu.
         O problema existe, realmente, e a sociedade não pode comprazer-se em olhar com indiferença, sem tomar uma posição altiva, austera e imediata, seria dar passaporte para a impunidade, o escárnio.
         O crime não pode ficar sem castigo e a sociedade desprotegida, pois quando a vida humana, bem mais precioso nada mais vale, é sinal de que o homem deve parar e fazer uma profunda reflexão, porque chegou ao fundo do abismo e há que se repensar o sentido de todas as coisas.

                                                                           Ângela e Adriana

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

      Avaliação dos dois primeiros encontros do curso Gêneros Textuais em Foco: Artigo de Opinião


      Ter a possibilidade de participar desse curso está abrindo novos caminhos para modificar e melhorar a nossa formação, dando-nos a oportunidade de preparar com maior segurança as atividades a serem desenvolvidas com os alunos.
      A interação dos participantes, a troca de experiências, a dedicação das orientadoras facilita o árduo trabalho.

                                                                             Ângela e Adriana
Comentário crítico sobre debate acontecido no curso Gênero Textual em Foco: Artigo de Opinião – Módulo II – dia 03/09/2011.


          Questão polêmica discutida: A sociedade tem o direito de tirar a vida de um criminoso?

          Os professores participantes do curso acima realizaram um debate de alto nível sobre o tema acima. Algumas regras foram estabelecidas para o êxito e bom andamento do mesmo.
          No início, o tempo não foi totalmente respeitado pela equipe do “sim”, mas a discussão continuou mesmo depois que um integrante trocou de equipe. Nem todos os que estavam presentes participaram de todos os momentos, por causa do grande envolvimento de alguns participantes.
           O debate foi muito proveitoso, revelando profundo conhecimento de ambas as partes. Mesmo quem nada falou, pode adquirir e ampliar conhecimento sobre o tema.
            Esta atividade revelou o alto nível do Curso “Gênero Textual em Foco”.
      
                                                                            Ângela e Adriana
Corrupção cultural ou organizada?
 Renato Janine Ribeiro

       Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção.

      Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política - por sinal, praticada por gente eleita por nós.
       Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.
       Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada - que mencionei acima - não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo).
       Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura.
        Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos - e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.
        Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor - gastos não republicanos - montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados - da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.
        O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.
         Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade.
         Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia - e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.
         Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos.  
        Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.
         Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.
          A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata - porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança -, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.

Folha de S. Paulo, 28/6/2009.
Renato Janine Ribeiro, 59, é professor titular de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da USP. É autor, entre outras obras, de República (Publifolha. Coleção Folha Explica).
(Texto retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa, caderno Pontos de Vista - 2010.)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011





12/12/2010 08h06 - Atualizado em 12/12/2010 08h06
Ataques por racismo lideram casos em delegacia especializada de SP
Decradi investiga ainda casos de agressão a gays.
Negro que levou pauladas em maio ainda tem coágulo na cabeça.
Carolina Iskandarian Do G1 SP
No gabinete da delegada Margarette Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo (Decradi), não param de chegar casos motivados pelo o que ela chama de “intolerância”. São agressões a homossexuais, negros, judeus, envolvendo torcedores rivais ou gangues.
A história do promotor de crédito bancário Luiz Fernando Pereira Guedes, atacado a pauladas na Avenida Paulista em maio deste ano, poderia estar lá se ele tivesse feito a denúncia. Por ser negro, o rapaz, de 30 anos, acha que foi vítima de racismo. Esse tipo de crime lidera a estatística na delegacia, diz Margarette.
“Os casos são subnotificados porque, geralmente, a vítima não quer exposição. Existem cifras negras. Às vezes, a família não conhece a orientação sexual da pessoa”, diz a delegada, referindo-se aos gays que levam surras na rua. Foram pelo menos seis ataques nos últimos meses, com oito vítimas. Todos nos arredores da Avenida Paulista. “Geralmente, são crimes de gangue, praticados por rapazes de 16 a 25 anos. Nesses crimes de ódio, as pessoas gostam de bater para causar sofrimento”, explicou.
Margarette disse não ter números, mas percentuais de casos que foram parar na Decradi entre janeiro e novembro de 2010. Inquéritos por intolerância racial/ étnica, onde caberia o caso de Guedes, estão no topo da lista, correspondendo a 29,91% dos registros. Em seguida, vêm os inquéritos abertos por outros motivos (21,34%), como perda de documentos (situações que acabam indo parar na delegacia e não deveriam), e em terceiro os abertos por intolerância à orientação sexual (19.65%). Nestes, se encaixam os episódios de agressão a homossexuais.
Dor de cabeça até hoje
Quem foi vítima de um ataque surpresa dessa natureza, muitas vezes não consegue apagar as marcas da violência. Na tarde desta quinta-feira (9), Guedes voltou a procurar atendimento médico por causa das fortes dores de cabeça que sente em função das duas pauladas levadas em maio. O tratamento dele não terminou. “O coágulo ainda não se desfez”, disse o promotor de crédito, após ver o resultado da tomografia no crânio.
Guedes contou que voltava do teatro com amigos, quando se separou deles para pegar o metrô na Estação Trianon-Masp. “A forma (do ataque) foi brutal. Não vi nada”, lembrou o rapaz, que ficou 12 dias internado devido ao traumatismo craniano. Guedes disse nem saber se foi golpeado por uma ou mais pessoas. “Só ouvi uma voz lá longe dizendo: ‘negro tem que morrer’. Tenho certeza que foi por racismo.”
A vítima, que talvez precise de uma cirurgia estética para disfarçar a cicatriz na testa provocada pela agressão informou que procurou uma delegacia perto de sua casa, na Zona Leste, assim que saiu do hospital. “Como nada foi roubado, o delegado disse que não faria boletim de ocorrência porque entraria para as estatísticas.” Diante da negativa do policial, ele desistiu de procurar a Decradi, localizada no Centro da capital.
Perdeu o rim
"Ouvi uma voz lá longe dizendo que negro tem que morrer"
Promotor bancário atacado a pauladas
A travesti Renata Peron, de 33 anos, vive hoje só com um rim. O outro ela perdeu após ter tomado uma “voadora”, um chute bem forte, durante um ataque na Praça da República, no Centro. A agressão foi em 2007 e Renata contou que precisou mudar os hábitos alimentares. “Os médicos aconselharam não comer certas comidas que demorem a fazer a digestão, como carne vermelha”, disse Renata.
De acordo com a travesti, nove rapazes, que seriam skinheads, partiram para cima dela e de um amigo. “Só um me bateu. Ele tinha uma placa de metal na ponta da bota”, lembra Renata, que disse não ter ódio dos criminosos. “Ninguém foi preso e fica um sentimento de pena. Nem bicho faz essas coisas. Passei seis meses fazendo terapia para entender por que fui agredida.”
Banco de dados
Na Decradi, existe um banco de dados com fotos de rosto e de tatuagens de suspeitos de cometer esses ataques. O objetivo é ajudar as vítimas e a polícia a prender os culpados, o que a delegada Margarette Barreto considera uma tarefa difícil. “O crime de ódio sempre ultrapassa os limites da vítima. Deixa a comunidade a que ela pertence amedrontada.”
Para evitar que a região abrangendo as ruas Frei Caneca, Consolação, Augusta e a Avenida Paulista seja novamente alvo de ataques por intolerância, a delegada informou ser preciso “repensar quais atividades tomar ali”, mas ressaltou que existe um policiamento ostensivo da Polícia Militar na área. “É um local que a gente procura sempre fazer um monitoramento”, disse Margarette. As vias concentram bares e restaurantes para o público gay.
Ainda tramita na Câmara Federal um projeto para tornar crime a homofobia no país [Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006]. Segundo a delegada, um agressor pode responder a processos por lesão corporal leve até gravíssima, tentativa de homicídio e homicídio. “Deveria ter uma qualificadora pelo crime de ódio, que agravasse a pena”, sustentou Margarette.
Cuidado ao andar
Para o presidente da Associação Casarão Brasil, que defende políticas em favor dos homossexuais, é preciso, a partir de agora, redobrar a atenção. “A orientação que a gente está passando é para a pessoa não bobear, não andar sozinha. Se tem necessidade de andar abraçado, de beijar, que faça com mais atenção”, informou Douglas Drumond.
À frente da presidência da Associação Paulista Viva, o empresário Antonio Carlos Franchini Ribeiro repudiou os atos de violência na região. “A Avenida Paulista é um eixo cultural, social, representa a cidade em todos os seus aspectos.” De acordo com ele, a partir de janeiro do ano que vem, a iluminação dos postes será rebaixada na avenida, levando mais luz às calçadas. “Isso vai melhorar as condições de segurança.”

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

                      Violência na escola

         O garoto Marco Antônio, 3ª série foi agredido dentro de uma escola estadual em Ribeirão Preto.
         Seus colegas zoavam dele por ser gago, isto acontecia todos os dias. As zoações cresceram e se transformaram em agressões físicas, chegando ao ponto de levar chutes e pontapés e parar no hospital e usar colar cervical.
         Isto acontece constantemente em escolas e outros ambientes frequentados por pessoas preconceituosas praticantes de bullying.
         Esta atitude é crime e deve ser combatida por toda sociedade.

                                         Angela e Adriana